O tema que escolhemos para a composição da infografia foi o “11 de Setembro de 2001”, por ser algo que afectou de extremo impacto a nível mundial e de grande interesse de estudo e exploração.
Numa primeira fase definimos quais os assuntos que iríamos incluir na composição. Sendo assim, os seguintes pontos a trabalhar:
Protagonistas: os terroristas
Cronologia da década anterior
Cronologia horária do dia 11 de Setembro de 2001
Histórias de pessoas que fora, quer dentro das torres
Título
Lead
Inicialmente tínhamos a visão objectiva de retratar as torres, pelo que queríamos inserir a sua imagem na infografia, possivelmente com histórias alusivas a pessoas que estivessem dentro das torres. No entanto, sob orientação do professor Bruno Giesteira, decidimos criar uma linha temporal de década, inicialmente sob a forma de círculos, onde iríamos colocar informação de carácter significante que se tivesse passado nos anos anteriores ao atentado.
Do círculo com a inscrição “2001” sairia uma espécie de balão que iria englobar o restante campo de trabalho disponível e que iria conter a representação gráfica das duas torres e dos aviões.
Decidimos associar à escala dos anos, nos círculos, uma escala de cor, representando o alerta de perigo, começando num amarelo pálido até ao vermelho no ano 2001.
Após algumas experiências e conversas com o professor decidimos alterar alguns aspectos. Sendo assim, o que era uma linha com círculos sob a forma de anos passou a ser uma escala ascendente em que há uma gradação de cor uniforme.
Também uniformizámos o espaço de distância entre cada um dos anos, assim como as respectivas caixas de texto.
Por uma questão de melhor utilização do campo de trabalho decidimos deixar de parte a ideia dos “balões”. O destaque no ano 2001 manteve-se, no entanto de uma forma mais linear, com linhas rectas que nos remetem para um aparte. A ideia de incluir a representação esquemática das torres foi igualmente posta de lado.
Devido ao facto de termos de falar do Pentágono e da Pennsylvania, optámos por outra abordagem, de modo a incluir os outros dois espaços do 11 de Setembro.
As torres ficaram de lado, assim como a ideia inicial de incluir histórias de testemunhas na infografia. Não só por não se adequar mas também por uma questão de espaço.
Após a visualização de alguns conteúdos relativos à infografia, o professor deu uma ideia que acabou por ser aquela que adoptamos. Em paralelo com a esquematização de uma linha de metro, em que temos linhas diferentes de cores diferentes, com as paragens assinaladas sem ter em conta a questão distância. A
ideia era, por isso, construir uma espécie de quatro linhas de metro que significassem cada uma delas o itinerário que cada avião percorreu. Cada linha teria uma cor, e contaria com caixas de texto relativas às horas de acção de cada voo. Foi isso que fizemos. Ocorreu-nos a ideia de acrescentarmos um avião em jeito de ícone no canto, numa redundância que possibilitasse ao leitor um maior entrosamento com o tema.
Graças a várias orientações do professor, percebemos que seria útil ao possível leitor criarmos uma linha cronológica horas, respeitando a ordem das linhas dos aviões, com a ligação através de uma linha picotada entre a caixa de texto e a hora da linha.
Adaptámos bem a ideia à composição já criada e acabou por dar uma melhor organização ao esquema, porque tivemos de reordenar as caixas de texto de forma a criar uma linha horária coerente. Por falta de espaço, tivemos de deixar de parte as imagens das torres. Modificámos o ícone dos aviões, por se considerar que o ícone em utilização podia resultar numa má compreensão do leitor, uma vez que não foi o mesmo avião que esteve em causa em cada uma das linhas. Daí termos optado por uma representação icónica diferente.
Por ultimo, considerámos oportuno incluir na cronologia da década uma pequena relevância para a identidade dos terroristas, em caixa de texto da mesma cor que a da respectiva linha do avião que pilotaram.
Esta proposta de trabalho revelou-se muito interessante, principalmente na exploração da adaptação de toda a informação de um tema ao campo de trabalho. É sem dúvida um trabalho exaustivo e de relevante valor. Considerei esta oportunidade uma mais-valia para o desenvolvimento da nossa experiência nos mais variados âmbitos de trabalho deste curso e desenvolvi uma grande curiosidade pela infografia.
sábado, 19 de junho de 2010
Explorando o conceito Infografia
Infografia - Especialidade de desenho e comunicação visual, desenho gráfico, que se ocupa da integração interdisciplinar de desenho, fotografia/imagem, ilustração, gravura, dimensão volumétrica, etc., em estudos de informação e arranjos grafistas que acompanham ou não notícias jornalísticas, económicas, sociais ou textos de trabalhos científicos. (in http://domdodesenho.no.sapo.pt/domgloss.html)
Infografia ou infográficos são representações visuais de informação. Esses gráficos são usados onde a informação precisa ser explicada de forma mais dinâmica, como em mapas, jornalismo e manuais técnicos, educativos ou científicos. É um recurso muitas vezes complexo, podendo-se utilizar a combinação de fotografia, desenho e texto. (in http://pt.wikipedia.org/wiki/Infografia)
Origens:
As raízes da infografia têm sua origem na pré-história. Os primeiros mapas foram criados milénios antes da escrita. Os mapas mais antigos que se conhece foram encontrados na antiquíssima cidade de Çatal Hüyük, na Turquia, e datam de cerca de 6200 a.C., estando pintados numa parede.
Em 1626, Christoph Scheiner publicou Rosa Ursina sive Sol, Usou uma série de imagens para explicar a rotação do sol no tempo (por manchas solares).
Em 1786, William Playfair publicou o primeiro gráfico no seu livro "The Commercial and Political Atlas". Este é repleto de gráficos estatísticos que representam a economia no século XVIII na Inglaterra usando gráficos de barra.
Da Vinci tentou entender os fenómenos, descrevendo-os em detalhe extremo, não enfatizando experiências ou explicações teóricas.
Ao longo da sua vida, planeou uma enciclopédia baseada em desenhos detalhados.
Realizou autópsias e elaborou desenhos anatómicos extremamente detalhados, inclusive sobre o corpo humano, de anatomia comparativa.
Entre 1510 e 1513, estudou fetos, de que resultaram obras que podem ser consideradas como infografias de grande complexidade.
Em 1861, Charles Joseph Minard criou uma importante infografia sobre a marcha de Napoleão sobre Moscou. Um exemplo pioneiro de como muita informação pode ser sintetizada para se tornar mais compreensível.
Evolução:
A partir da década de 1920, surgiram tecnologias que permitiram o envio de imagens via cabo ou antenas, e na década de 1960, os satélites encurtavam as distâncias, permitindo que factos ocorridos no mesmo dia em locais distantes pudessem ser informados. Mas o que realmente influenciou a utilização de infografias foi a digitalização de dados a partir dos anos 1980.
Porém, a infografia teve sua importância ou visibilidade aumentada na Guerra do Golfo. Isso deveu-se à escassez de fotografias, o que exigia uma expressão gráfica mais contundente. O advento da interface gráfica a partir da chegada dos Macintosh e Windows 95 catapultou as possibilidades visuais no jornalismo.
Com a chegada de programas de interface gráfica para criação de sites agregando elementos media e recursos visuais numa única plataforma, a infografia tornou-se, definitivamente, uma maneira eficiente de tratar a informação.
Sites como e elpais.es, em Espanha e G1, no Brasil, têm secções específicas para o recurso visual em referência.
Infografia ou infográficos são representações visuais de informação. Esses gráficos são usados onde a informação precisa ser explicada de forma mais dinâmica, como em mapas, jornalismo e manuais técnicos, educativos ou científicos. É um recurso muitas vezes complexo, podendo-se utilizar a combinação de fotografia, desenho e texto. (in http://pt.wikipedia.org/wiki/Infografia)
Origens:
As raízes da infografia têm sua origem na pré-história. Os primeiros mapas foram criados milénios antes da escrita. Os mapas mais antigos que se conhece foram encontrados na antiquíssima cidade de Çatal Hüyük, na Turquia, e datam de cerca de 6200 a.C., estando pintados numa parede.
Em 1626, Christoph Scheiner publicou Rosa Ursina sive Sol, Usou uma série de imagens para explicar a rotação do sol no tempo (por manchas solares).
Em 1786, William Playfair publicou o primeiro gráfico no seu livro "The Commercial and Political Atlas". Este é repleto de gráficos estatísticos que representam a economia no século XVIII na Inglaterra usando gráficos de barra.
Da Vinci tentou entender os fenómenos, descrevendo-os em detalhe extremo, não enfatizando experiências ou explicações teóricas.
Ao longo da sua vida, planeou uma enciclopédia baseada em desenhos detalhados.
Realizou autópsias e elaborou desenhos anatómicos extremamente detalhados, inclusive sobre o corpo humano, de anatomia comparativa.
Entre 1510 e 1513, estudou fetos, de que resultaram obras que podem ser consideradas como infografias de grande complexidade.
Em 1861, Charles Joseph Minard criou uma importante infografia sobre a marcha de Napoleão sobre Moscou. Um exemplo pioneiro de como muita informação pode ser sintetizada para se tornar mais compreensível.
Evolução:
A partir da década de 1920, surgiram tecnologias que permitiram o envio de imagens via cabo ou antenas, e na década de 1960, os satélites encurtavam as distâncias, permitindo que factos ocorridos no mesmo dia em locais distantes pudessem ser informados. Mas o que realmente influenciou a utilização de infografias foi a digitalização de dados a partir dos anos 1980.
Porém, a infografia teve sua importância ou visibilidade aumentada na Guerra do Golfo. Isso deveu-se à escassez de fotografias, o que exigia uma expressão gráfica mais contundente. O advento da interface gráfica a partir da chegada dos Macintosh e Windows 95 catapultou as possibilidades visuais no jornalismo.
Com a chegada de programas de interface gráfica para criação de sites agregando elementos media e recursos visuais numa única plataforma, a infografia tornou-se, definitivamente, uma maneira eficiente de tratar a informação.
Sites como e elpais.es, em Espanha e G1, no Brasil, têm secções específicas para o recurso visual em referência.
"Infografia não é uma linguagem do futuro, é do presente"
Alberto Cairo fala sobre "jornalismo infográfico". No recrutamento de jornalistas pesa mais o conhecimento tecnológico do que o conhecimento teórico.
Alberto Cairo é especialista em design e artes visuais. Professor de jornalismo na Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, e antigo director do departamento de infografia na edição "online" do "El Mundo", considera a infografia como um "género jornalístico", mais adequada do que o texto para transmitir "dados frios".
O especialista, que na semana passada deu um "workshop" sobre o tema na Universidade do Porto, admite também que, na maior parte dos jornais, os infografistas não são reconhecidos como jornalistas.
Como é que define a infografia moderna?
A infografia significa a apresentação visual de dados, sejam dados estatísticos, sejam mapas ou diagramas. Trata-se das três formas que adopta a infografia no jornal impresso.
Se a infografia é a linguagem que resume dados em desenhos, qualquer ilustração é uma infografia?
Não, nem todas as ilustrações são infografias. Para que a ilustração se considere infografia tem que explicar algo, contar uma história, transmitir informação como uma notícia.
Podemos chamar à infografia noticiosa um género jornalístico?
Formalmente a infografia não está aceite como um género jornalístico, mas estou convencido de que o é. A infografia é a aplicação das regras do desenho gráfico para contar histórias. Assim, se se contam histórias jornalísticas pelo meio do desenho gráfico, isso é um género jornalístico, sem dúvida.
Podemos então dizer que infografia significa "jornalismo visual"?
Sim, é um dos ramos do jornalismo visual.
E existe o conceito de jornalismo infográfico?
Efectivamente, pode falar-se de jornalismo infográfico sempre que a infografia se utilize para contar histórias jornalísticas. É infografia jornalística.
O "jornalismo infográfico" vai ser a linguagem jornalística do futuro?
Sim e não. A infografia não é uma linguagem do futuro, é uma linguagem do presente. Tem vindo a ser utilizada desde que há jornais, praticamente. Será uma linguagem jornalística do futuro? Sim, e será muito utilizada, mas isso não quer dizer que não existam outras linguagens jornalísticas que não serão utilizados em igual medida.
E nunca substituirá o jornal impresso?
Não, da mesma forma que a televisão não substitui o rádio e a rádio não substitui a linguagem escrita. A infografia é apenas mais uma linguagem, outra forma de contar histórias. Nem todas as histórias podem contar-se de maneira infográfica, da mesma forma que nem todas as histórias se podem contar bem em texto.
Por exemplo?
Não se pode contar uma história com interesse humano através de uma infografia. No caso do acidente de metro que houve em Valência onde morreram 42 pessoas, a infografia não permite contar como as famílias das vítimas experimentaram a tragédia. Por outro lado, a infografia é muito melhor para explicar por que é que o comboio descarrilou, por que chocou, onde chocou, quanta gente morreu, quanta gente está viva. A infografia é muito melhor para transmitir os dados frios, os dados duros.
Os jornalistas estão preparados para fazer infografias?
Depende de onde provenham. Qualquer jornalista que saia de uma carreira de jornalismo, em princípio, estará capacitado para entender a infografia como uma linguagem jornalística. Isso não quer dizer que qualquer jornalista esteja capacitado para fazer infografia. Para a fazer são precisos conhecimentos técnicos, assim como para escrever, para fazer televisão, etc.
Qual deve ser a formação do jornalista na faculdade?
O jornalista deve receber um formação geral sobre todos os géneros jornalísticos que existem. Tem de aprender a analisar não só a notícia escrita, mas também a reportagem, a crónica, a entrevista, tem de aprender algo de fotojornalismo e tem de aprender também as bases da infografia. Tem também de haver um curso básico de aprendizagem de infografia.
Só depois viria a especialização?
Tem de haver, obviamente, especializações. Vai haver jornalistas que vão para o meio escrito, outros para a televisão. Dentro dos que vão para o meio escrito, pode haver um ramo mais relacionado com o desenho gráfico, onde se incluem cursos avançados sobre criação de infografia impressa, multimédia e "online".
No recrutamento de jornalistas, hoje em dia, pesa mais ter bons conhecimentos sobre História, política e relações internacionais ou dominar ferramentas multimédia que permitam fazer, por exemplo, jornalismo infográfico?
Pesa mais o conhecimento tecnológico do que o conhecimento teórico. No caso de ter de contratar alguém para o meu departamento de infografia, vou contratar a pessoa que saiba manejar as ferramentas, mesmo que num nível muito básico, mas que seja também um bom jornalista. Não contrataria nunca alguém que não soubesse manejar ferramentas.
De forma realista, pensa que os jornalistas em geral têm uma literacia visual, isto é, conhecimentos visuais que lhes dêem sensibilidade para condensar informação num desenho gráfico?
Depende. Nem toda a gente está capacitada para fazer infografia. Mas há gente que está muito capacitada, mesmo que nunca tenham feito. Encontrei muitos jornalistas nos jornais onde trabalhei, que nunca tinham feito uma infografia na vida, mas eram capazes de desenhar algo e contar o que se passara quando viam um acidente.
Portanto, só uma pequena percentagem de jornalistas faz infografias?
Sim, uma pequena percentagem.
Qual o estatuto do infografista que trabalha num jornal? É considerado um jornalista ou um desenhador gráfico?
Depende dos países e dos jornais. Na maior parte dos jornais, é considerado um desenhador gráfico. Mas nos jornais mais avançados, naqueles que produzem a melhor infografia do mundo, os infografistas são jornalistas. É o caso do "New York Times", do "El Mundo" e do "El Pais".
O que transforma um desenhador gráfico num jornalista?
Aprender a contar histórias e aprender as regras pelas quais se rege qualquer repórter. Deve, também, aprender a escrever notícias, reportagens, crónicas, entrevistas, e saber consultar e confrontar fontes.
Texto e foto: Carina Branco [in JPN]
Alberto Cairo é especialista em design e artes visuais. Professor de jornalismo na Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, e antigo director do departamento de infografia na edição "online" do "El Mundo", considera a infografia como um "género jornalístico", mais adequada do que o texto para transmitir "dados frios".
O especialista, que na semana passada deu um "workshop" sobre o tema na Universidade do Porto, admite também que, na maior parte dos jornais, os infografistas não são reconhecidos como jornalistas.
Como é que define a infografia moderna?
A infografia significa a apresentação visual de dados, sejam dados estatísticos, sejam mapas ou diagramas. Trata-se das três formas que adopta a infografia no jornal impresso.
Se a infografia é a linguagem que resume dados em desenhos, qualquer ilustração é uma infografia?
Não, nem todas as ilustrações são infografias. Para que a ilustração se considere infografia tem que explicar algo, contar uma história, transmitir informação como uma notícia.
Podemos chamar à infografia noticiosa um género jornalístico?
Formalmente a infografia não está aceite como um género jornalístico, mas estou convencido de que o é. A infografia é a aplicação das regras do desenho gráfico para contar histórias. Assim, se se contam histórias jornalísticas pelo meio do desenho gráfico, isso é um género jornalístico, sem dúvida.
Podemos então dizer que infografia significa "jornalismo visual"?
Sim, é um dos ramos do jornalismo visual.
E existe o conceito de jornalismo infográfico?
Efectivamente, pode falar-se de jornalismo infográfico sempre que a infografia se utilize para contar histórias jornalísticas. É infografia jornalística.
O "jornalismo infográfico" vai ser a linguagem jornalística do futuro?
Sim e não. A infografia não é uma linguagem do futuro, é uma linguagem do presente. Tem vindo a ser utilizada desde que há jornais, praticamente. Será uma linguagem jornalística do futuro? Sim, e será muito utilizada, mas isso não quer dizer que não existam outras linguagens jornalísticas que não serão utilizados em igual medida.
E nunca substituirá o jornal impresso?
Não, da mesma forma que a televisão não substitui o rádio e a rádio não substitui a linguagem escrita. A infografia é apenas mais uma linguagem, outra forma de contar histórias. Nem todas as histórias podem contar-se de maneira infográfica, da mesma forma que nem todas as histórias se podem contar bem em texto.
Por exemplo?
Não se pode contar uma história com interesse humano através de uma infografia. No caso do acidente de metro que houve em Valência onde morreram 42 pessoas, a infografia não permite contar como as famílias das vítimas experimentaram a tragédia. Por outro lado, a infografia é muito melhor para explicar por que é que o comboio descarrilou, por que chocou, onde chocou, quanta gente morreu, quanta gente está viva. A infografia é muito melhor para transmitir os dados frios, os dados duros.
Os jornalistas estão preparados para fazer infografias?
Depende de onde provenham. Qualquer jornalista que saia de uma carreira de jornalismo, em princípio, estará capacitado para entender a infografia como uma linguagem jornalística. Isso não quer dizer que qualquer jornalista esteja capacitado para fazer infografia. Para a fazer são precisos conhecimentos técnicos, assim como para escrever, para fazer televisão, etc.
Qual deve ser a formação do jornalista na faculdade?
O jornalista deve receber um formação geral sobre todos os géneros jornalísticos que existem. Tem de aprender a analisar não só a notícia escrita, mas também a reportagem, a crónica, a entrevista, tem de aprender algo de fotojornalismo e tem de aprender também as bases da infografia. Tem também de haver um curso básico de aprendizagem de infografia.
Só depois viria a especialização?
Tem de haver, obviamente, especializações. Vai haver jornalistas que vão para o meio escrito, outros para a televisão. Dentro dos que vão para o meio escrito, pode haver um ramo mais relacionado com o desenho gráfico, onde se incluem cursos avançados sobre criação de infografia impressa, multimédia e "online".
No recrutamento de jornalistas, hoje em dia, pesa mais ter bons conhecimentos sobre História, política e relações internacionais ou dominar ferramentas multimédia que permitam fazer, por exemplo, jornalismo infográfico?
Pesa mais o conhecimento tecnológico do que o conhecimento teórico. No caso de ter de contratar alguém para o meu departamento de infografia, vou contratar a pessoa que saiba manejar as ferramentas, mesmo que num nível muito básico, mas que seja também um bom jornalista. Não contrataria nunca alguém que não soubesse manejar ferramentas.
De forma realista, pensa que os jornalistas em geral têm uma literacia visual, isto é, conhecimentos visuais que lhes dêem sensibilidade para condensar informação num desenho gráfico?
Depende. Nem toda a gente está capacitada para fazer infografia. Mas há gente que está muito capacitada, mesmo que nunca tenham feito. Encontrei muitos jornalistas nos jornais onde trabalhei, que nunca tinham feito uma infografia na vida, mas eram capazes de desenhar algo e contar o que se passara quando viam um acidente.
Portanto, só uma pequena percentagem de jornalistas faz infografias?
Sim, uma pequena percentagem.
Qual o estatuto do infografista que trabalha num jornal? É considerado um jornalista ou um desenhador gráfico?
Depende dos países e dos jornais. Na maior parte dos jornais, é considerado um desenhador gráfico. Mas nos jornais mais avançados, naqueles que produzem a melhor infografia do mundo, os infografistas são jornalistas. É o caso do "New York Times", do "El Mundo" e do "El Pais".
O que transforma um desenhador gráfico num jornalista?
Aprender a contar histórias e aprender as regras pelas quais se rege qualquer repórter. Deve, também, aprender a escrever notícias, reportagens, crónicas, entrevistas, e saber consultar e confrontar fontes.
Texto e foto: Carina Branco [in JPN]
Terceira proposta - Memória descritiva
Na imagem original, podemos observar cores vivas e apelativas, nomeadamente a cor da mascote da marca – castanho – alusivo ao chocolate, ingrediente principal do produto. O castanho é também a cor das letras do logótipo da marca, denotando-se a importância da cor do ingrediente, base da construção da identidade da marca.
A cor de fundo da embalagem é laranja, uma cor apelativa sobretudo para as crianças.
Ao alterarmos a cor da mascote, neste caso para roxo, perde-se o sentido da alusão ao chocolate. Conjugando com o azul, a embalagem torna-se menos apelativa e não se identifica à primeira vista que é um produto alimentar, cujo ingrediente principal é o chocolate. Olhando para a imagem modificada, vêm-nos várias ideias à cabeça, mas a ideia de produto alimentar de chocolate é a menos recorrida.
Observamos, assim, como a alteração da cor pode mudar toda a identidade e identificação de uma marca.
Quando pensámos na imagem do motor de pesquisa Google, associamos as cores fortes do logótipo, cores alegres e apelativas, abrangendo vários tons diferentes.
Ao modificarmos o tom alegre e vibrante do logótipo para preto e branco, perdemos toda a identificação do Google como algo muito acessível, apelativo, colorido e alegre. Perde-se muito do carácter acessível a qualquer pessoa do Google, não identificamos logo como motor de pesquisa e este aparece-nos como algo pouco acessível, apagado, escuro, sem vida. Não nos apela a entrar e navegar pelo site. Parece algo restrito a um certo grupo de pessoas, elitista.
Se falarmos da personagem Shrek a pessoas de diferentes faixa setárias, todas irão mencionar a sua cor verde tão característica e que, aliás, é o factor de diferenciação dos tradicionais desenhos animados. Por ser um ogre, a personagem aparece caracterizada com um verde vibrante, muito apelativo às crianças e que promove a boa disposição ao longo dos filmes.
Ao alteramos a cor para, neste caso, um rosa forte e tons semelhantes na sua indumentária, perdemos completamente a noção de ogre, de personagem relacionada com as cores da natureza pela sua vivência no meio natural. A ideia que está intrínseca a esta imagem modificada é totalmente diferente da imagem original, perdendo todo o seu carisma enquanto personagem verde que veio mudar o mundo da animação infantil.
Nota: a edição de imagens foi realizada através do programa Adobe Photoshop CS2.
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