"Design gráfico é uma actividade técnica e criativa relacionada não apenas com o produto de imagens, mas com a análise, organização e métodos de apresentação de soluções visuais para problemas de comunicação."

Icograda-International Council of Societies of Graphic Design



quarta-feira, 17 de março de 2010

Segunda experiência, o "desmitificar"

Foi na segunda aula de Design, pela qual já estava expectante, que nos aventurámos num primeiro contacto com o programa Freehand, já bastante referido pelo professor, e um pouco temido pelos inexperientes alunos (ou não fosse qualquer tipo de software um "pré-receio" por si só).
A verdade é que, com a devida e paciente ajuda do professor, a tarefa não se tornou tão complexa como poderíamos imaginar. É um programa relativamente acessível, sendo muito intuitivo, tal como o professor nos referiu.
Foi-nos proposto reproduzir o símbolo "P" do jornal Público, recorrendo às ferramentas de desenho vectorial. Com alguma paciência e "desenrascanço" lá fomos descobrindo as maravilhas de unir vários pontos e transformá-los, de forma a criar a imagem pretendida.
Este programa pode vir a tornar-se útil na execução da primeira proposta de trabalho, no entanto e para já, não me surgiram ideias para a introdução do programa na concretização do trabalho. Mas será certamente uma questão a explorar.
Aqui fica o resultado da minha dedicação aos vectores!

terça-feira, 16 de março de 2010

De câmera às costas

Segui o conselho do professor e parti à procura de qualquer coisa para fotografar que, por ser precisamente qualquer coisa, poderia resultar em imagens bastante interessantes e úteis para o trabalho.
E assim foi! As seguintes fotografias ajudaram-me a criar uma visão mais aprofundada acerca do caminho que irei seguir no desenvolvimento da composição visual.
Gosto particularmente desta primeira fotografia, que se trata de um padrão colorido de uma mochila de uma colega que, devido à fraca luz, se tornou preto e branco e, com pequenas alterações minhas de luminosidade e contraste, aparenta uma imagem talvez diferente à segunda vista...pelo menos fiquei intrigada e ao mesmo tempo realizada quando reparei que a fotografia de um simples padrão criou uma imagem, na minha interpretação, de simultânea ligação e separação entre formas (talvez pessoas,se deixarmos a imaginação fluir), numa sequência de aproximação e afastamento.



Procurando sentidos




Primeira proposta,primeira divagação



I think I'm drowning
asphyxiated
I wanna break this spell
that you've created
You're something beautiful
a contradiction
I wanna play the game
I want the friction

you will be the death of me
you will be the death of me

Bury it...
I won't let you bury it
I won't let you smother it
I won't let you murder it

Our time is running out
Our time is running out
You can't push it underground
You can't stop it screaming out

I wanted freedom
bound and restricted
I tried to give you up
but I'm addicted
Now that you know I'm trapped sense of elation
You'd never dream of
breaking this fixation

You will squeeze the life out of me

Bury it...
I won't let you bury it
I won't let you smother it
I won't let you murder it

Our time is running out
Our time is running out
You can't push it underground
You can't stop it screaming out
How did it come to this?
ooooohh


Recebo a primeira proposta de trabalho e rapidamente me apercebo que talvez seja preciso mais do que "ideias giras" para singrar na tão misteriosa disciplina de Design.
Confesso a minha abstração do propósito do trabalho durante os primeiros dias, pela dificuldade em perceber o que de facto era pretendido. O possível recurso a fotografias, desenhos, texturas, pontos, linhas...todas essas hipóteses convergiam na minha cabeça num emaranhado tal que a abstração surgiu como algo obrigatório, de forma a poder divagar um pouco sobre a música sem restrições ou limites por mim própria impostos. A tarefa foi simultaneamente dificultada e facilitada pelo professor numa incansável enumeração de possíveis recursos, elementos e técnicas.
Facilitada, uma vez que novos caminhos se abriam na nosssa mente e uma luz ao fundo começava a brilhar, apesar de intermitente.
Dificultada, visto que a minha vontade era poder "vasculhar" todas as ideias e criações mentais do professor, como que um motor de arranque para o desenvolvimento de algo concreto.

Após uma paragem forçada, volto para tentar desmitificar esta proposta.
A música está escolhida: "Time is running out", da tão aclamada banda, Muse.
Trata-se de uma faixa do álbum "Absolution". A música foi lançada como single em 2003 e revelou-se o primeiro grande sucesso da banda.

A respectiva música transmite, desde logo, uma sensação de asfixia, de prisão, de sufoco. Baseia-se num jogo de sedução entre dois indivíduos, quase como o jogo do "gato e do rato". Fala em feitiço lançado, algo a que um homem (frágil e facilmente manipulado) se vê impossível de resistir. Há a vontade de contrariar o apelo mas, ao mesmo tempo, a vontade incontrolável de entrar num contexto de "caça": "I wanna play the game,I want the friction!".
Ciente das "contra-indicações" de um envolvimento com o outro, o indivíduo chega a compará-lo com a morte, num sentido de profunda destruição, de catástrofe sobre a sua vida. A letra da música revela-se uma espécie de desabafo sofredor e, simultaneamente, de sede de mais "conflito" na primeira pessoa.
Outra ideia patente nesta música é a efemeridade da vida, do tempo, ora não fosse o sagrado título "Time is running out". Não só o "acabar" do tempo como também a impossibilidade de o fazer parar, de travar a evolução natural da vida.
O sujeito não quer que o tempo acabe, que o jogo chegue ao fim, inclusive deixa claro que não deixará que o outro o "enterre",que deixe a "fricção" morrer.
Surge a ideia de extremo vício, de desejo profundo, de dependência incomensurável, não deixando de relembrar que poderia seguir o caminho da independência, da liberdade, mesmo aquando da total escassez de lucidez para concretizar tal opção.
Concluindo, no final da minha ingénua mas esforçada interpretação da música (não que esta fosse complexa para tal)posso destacar as principais ideias: asfixia,sufoco,sedução,jogo,fricção,vício,dependência,desejo,paixão,tensão,conflito,pressão,obsessão,descontrolo,irracionalidade.

Já "dizia" Dondis (1991 que "os elementos visuais constituem a substância básica daquilo que vemos [...]", que tudo aquilo que surge de um esboço, de um projecto, de um desenho, de uma construção, parte sempre de uma lista de elementos básicos e que "a escolha dos elementos visuais que serão enfatizados e a manipulação desses elementos [...]está nas mãos do artista [...]; ele é o visualizador”.
Observando os elementos básicos da comunicação visual existentes,posso referir que a linha é, sem dúvida, um elemento ao qual quero recorrer. Sabendo que "[...]apesar de sua flexibilidade e liberdade, a linha não é vaga: é decisiva, tem propósito e direcção, vai para algum lugar, faz algo de definitivo.[...]Seja ela usada com flexibilidade e experimentalmente, ou com precisão e medidas rigorosas , a linha é o meio indispensável para tornar visível o que ainda não pode ser visto, por existir apenas na imaginação".
Penso que no meu trabalho é pertinente utilizar a perspectiva de flexibilidade e liberdade da linha, contextualizando com a situação de conflito, de dinamismo do jogo de sedução,da tensão, do desejo. As própria linhas podem entrar em confronto,numa manipulação mútua constante. A ideia de asfixia e sufoco também pode ser traduzida através da linha bem como a efemeridade do tempo, pelo que sem dúvida, de alguma forma, a linha fará parte da composição visual.
"Cada uma das direções visuais tem um forte significado associativo e é um valioso instrumento para a criação de mensagens visuais." A direcção é, igualmente, um elemento a recorrer, numa tentativa de traduzir toda a envolvência entre os indíviduos, a "fricção", o dinamismo do confronto, da luta entre seduzir e ser seduzido.
A cor é já inerente a todo o projecto, visto ser um importante meio de traduzir as ideias supramencionadas. Idealizo cores fortes, não dispensando o preto e o vermelho como uma conjugação de desejo e sedução, de vontade e resistência, de conflito e paixão. Porém, à medida que irei desenvolvendo o projecto pode perfeitamente surgir-me qualquer outra cor que se enquadre na minha interpretação.
[...] O movimento talvez seja uma das forças visuais mais dominantes da experiência humana.". Quero, sem dúvida, conferir movimento aos elementos utilizados para transmitir toda a ideia de dinamismo e conflito que já referi.

Quanto às técnicas, é-me imediatamente claro dispensar técnicas relacionadas com harmonia,bem-estar, toda e qualquer forma de normalidade, calma e paciência. Visto não serem estas as características da música, também pelo som ritmado de crescente progressão, irei dispensar técnicas como equilíbrio, simetria, regularidade, simplicidade, pevisibilidade, etc.
Tenho em mente orientar-me por técnicas precisamente contrárias às referidas. Como é o caso da instabilidade, complexidade, espontaneidade e ousadia. São as técnicas que me parecem mais pertinentes para a contextualização com as características que já referi da música, uma vez que se enquadram na instabilidade vivida pelo sujeito entre o desejável e o resistível, entre a asfixia e a liberdade; a complexidade do conflito vivido, a dualidade entre paixão e a rejeição; a espontaneidade da forte atracção, a fraca racionalidade e a ousadia que exige um jogo de sedução.

Mesmo com ligeiro atraso, espero acompanhar este projecto e torná-lo algo concretizado com dedicação e esforço, pondo em prática as abordagens das aulas e todo o aconselhamento do professor.
Anseio por vê-lo terminado, para poder apreciá-lo e ficar orgulhosa com os meus primeiros passos neste mundo da comunicação visual.

sábado, 6 de março de 2010

A primeira experiência

A ansiedade fez parte dos ingredientes da primeira aula de Design de Comunicação Visual (é de facto um nome apelativo que não me canso de pronunciar).
Esperava-nos um primeiro contacto com novas abordagens e um ambiente propício à aprendizagem.
Desde logo foram-nos disponibilizados, pelo professor, livros de grandes referências e de grande interesse para a disciplina, os quais consultámos com o maior agrado e curiosidade, ficando com um "cheirinho" das verdadeiras obras de arte que se realizam ao nível do design gráfico, essencial para uma boa comunicação.
Foi-nos, desde o início, esclarecido que o professor irá facultar aos alunos todo o tipo de recursos que se revelem úteis para a nossa compreensão de vários contextos da disciplina.
Um outro recurso que nos irá ajudar muito ao longo do semestre é o site da disciplina: http://www.icicom.up.pt/~bsg/wiki. Aqui estarão disponibilizados todo o tipo de conteúdos abordados nas aulas e, alguns, facultativos, que nos contextualizem melhor quanto ao que é pretendido na disciplina.

Surge o primeiro desafio: a primeira proposta de trabalho.Esta tem em vista o seguinte projecto:
"Tendo como tema de trabalho uma música à sua escolha, elabore uma composição, que seja a interpretação visual do tema escolhido.
O trabalho final deve resultar numa composição, constituída por elementos básicos da comunicação visual, organizados segundo as técnicas de comunicação visual que entender adequadas.
A composição tem de ser adaptável a dois contornos básicos da comunicação visual: o contorno quadrado, com 12 cm de lado e contorno circular, com 11,5cm de diâmetro.
O trabalho realizado tem de ser acompanhado de uma memória descritiva, que justifique as escolhas feitas ao nível dos elementos básicos da comunicação visual e das técnicas de comunicação visual, utilizadas na concretização da proposta."


São vários os objectivos deste projecto, entre os quais, a familiarização com os elementos básicos da comunicação visual, a compreensão e distinção das técnicas de comunicação visual, bem como a utilização dos elementos e técnicas como forma de expressão, resultando numa composição que transmita o que queremos comunicar. Assim, estaremos a entrar no contexto do discurso gráfico e iremos desenvolver o nosso sentido estético com vista a aprimorar a nossa arte de bem comunicar.

Como suporte para a realização do projecto, foi-nos introduzida a base da comunicação visual
Elementos: "Os elementos visuais constituem a substância básica daquilo que vemos, e seu número é reduzido: o ponto, a linha, a forma, a direcção, o tom, a cor, a textura, a dimensão, a escala e o movimento. Por poucos que sejam, são a matéria-prima de toda informação visual em termos de opções e combinações seletivas. A estrutura da obra visual é a força que determina quais elementos visuais estão presentes, e com qual ênfase essa presença ocorre."

Técnicas: "A força maior da linguagem visual está no seu carácter imediato, pois em termos visuais a nossa percepção de conteúdo e forma é simultânea. Por isso, as técnicas de comunicação visual auxiliam no controle dos objectivos informacionais, na transmissão da mensagem objectivada e influencia a compreensão do utilizador na interpretação e percepção do conteúdo desejado."
Ex: equilíbrio, instabilidade, simetria, complexidade, fragmentação, profusão, entre muitos outros.

Foram abordados na aula os princípios básicos da percepção visual, através da psicologia de Gestalt, que gira em torno da forma como os indivíduos percepcionam os diferentes elementos.
Gestalt psychology attempts to understand psychological phenomena by viewing them as organised and structured wholes rather than the sum of their constituent parts.
Falámos da lei da proximidade, lei da semelhança, lei da pragnância, lei da simetria e lei do fecho. O seguinte site revela-se muito útil neste contexto: http://www.interactiondesign.org/encyclopedia/gestalt_principles_of_form_perception.html

Consultámos ainda alguns exemplos, académicos e não académicos, de elementos básicos da comunicação visual, bem como vídeos bastante interessantes sobre design de comunicação, no que toca a elementos e conceitos aplicados à pintura, como Joan Miró, Pablo Picasso e Henri Matisse.
Gostei particularmente do seguinte vídeo: http://video.google.com/videoplay?docid=2096086952111891748, por, através da animação de sons, transmitir tão bem as possíveis formas de comunicação e os vários caminhos que podemos escolher para comunicar a interpretação de sons.

Como se pode verificar pela extensão do texto, foi uma aula bastante produtiva e que nos expôs aos conteúdos mais básicos da comunicação visual, introduzindo-nos os primeiros passos em busca de uma grande aprendizagem e evolução.
Agora é tempo de pensar na primeira proposta de trabalho, que provocou um reboliço de ideias na minha cabeça, mas também de alguma confusão.


Talvez por ser de Barcelos, identifiquei-me com esta imagem! :)

O começo


“A comunicação gráfica é essencial na nossa aprendizagem escolar e profissional, na socialização das pessoas, na nossa relação com o meio envolvente, no desenvolvimento das nossas profissões, na nossa responsabilidade como consumidores, na construção das nossas fantasias e na nossa identidade. E é, além disso, o principal motor de crescimento e presença no mercado.”
Alberto Corazón, Experimenta


É a importância de bem comunicar que se encontra inerente a esta nossa nova disciplina de Design de Comunicação Visual.
Assim que me foi apresentada a discplina pelo professor Bruno Giesteira, desenvolvi grande curiosidade no que respeita aos objectivos e expectativas deste nosso novo desafio, desta nossa entrada (bem sucedida, espero eu) no mundo do design gráfico e da arte de bem comunicar visualmente.
Foi-nos de imediato proposta a criação de um weblogue, que servisse de "montra" ao trabalho desenvolvido ao longo do semestre, às nossas expectativas, aos desafios que iremos ultrapassar e à aprendizagem resultante de um mútuo esforço entre professor e alunos.
Confesso que a ideia de "obrigação" de actualização constante de um blogue no âmbito da disciplina não me gerou, de imediato, grande vontade.
No entanto, acabei por aperceber-me que o blogue pode tornar-se um importante complemento, reflexo da minha evolução nesta nova experiência.
É, assim, com profundo agrado, que publico a minha primeira mensagem neste espaço, o qual espero que se torne numa convivência de experiências entre quem está "sedento" de aprender e apenas começa agora a dar os primeiros passos e quem se disponibiliza incansavelmente a partilhar todo o seu conhecimento nesta área, ainda mistificada pelos alunos.

A quem por aqui passar: sejam bem-vindos!